segunda-feira, 29 de abril de 2013

O massacre do Carandiru a visão do policial




Em 2003  foi lançado o filme  Carandiru que conta a suposta versão dos presos que em outras palavras o policial matou por querer e não para se defender. E ainda hoje têm alguns ex-detentos que contam (na TV) versão do tipo que se escondeu de baixo de uma pilha de corpo morto para não ser morto e por causa disso contraiu AIDS (uma vez que os corpos estavam ensangüentados).

Hoje durante o julgamento que está tendo um grupo de policiais que entraram no presídio naquele dia foram condenados. E ainda tem mais grupos de policiais que serão julgados este ano.

O Massacre do Carandiru ocorreu no dia de 02 de outubro de 1992. Nessa época a imprensa não tinha lá muito acesso e a internet ainda não era uma ferramenta de mídia como é hoje. A TV como sempre fez aquele sensacionalismo e seu próprio julgamento na época, parcial aos bandidos e criticando/acusando os policiais. Na hora os Direitos Humanos aparecem para defender o preso, mas onde estava esse mesmo Direito de ser “tratado como gente” quando eles matam aqui fora? Onde estavam as mães dessas pessoas (111 “vítimas” do massacre) quando eles começaram a entrar para o mundo do Crime?

Em 2003 após ver o filme Carandirú , tive acesse a uma palestra com policiais que foram contar sua versão dos fatos. Além de mostrar fotos e apresentar dados do número de armas (desde faca/canivete a arma de fogo) que é bem diferente do filme. No filme mostra que os presos jogaram todas as armas porém os policiais falaram que ao entrar e revistando o presídio tinha muita mais armas. Um outro fato curioso que foi tratado na palestra : “quem começou a atirar?”, para essa pergunta a resposta foi mostrada na prática. Em uma sala de aula bem grande com mais de 50 alunos (da faculdade), todos prestavam atenção sem piscar o olho, silencio total só se ouvia o policial que ali falava e os outros 03 policiais que às vezes completava a fala. E dado um momento de forma inesperada o policial pegou a arma que estava ali mostrando e explicando na palestra e atirou no chão. O susto foi geral eu estava na frente  em frente da demonstração além de ficar congelada fiquei um tanto surda (temporariamente), começou uma falação, alguns levantavam para abrir a janela, começou os ânimos a esquentar e o policial gritou:
“Pessoal, qual o motivo da agitação? Todo mundo sentado!”.

Todo mundo um pouco agitado sentou novamente e o policial começou a falar alto:
“Se vocês estão assim e não estão sobre eminente perigo. Imagine o policial que já sabia que os presos estavam armados, que estavam querendo fugir, que já tinham feito ameaça durante a rebelião.”

E seguiu o policial colocando a gente na cena do “massacre” do Carandiru, falando alto:
“Pessoal se com um tiro no chão vocês ficaram agitados, não sabia o que estava acontecendo. Imagina no Carandiru alguém dispara a arma e não importa que lado começou, começam os  disparos para se proteger , isso ambos lados. E lá como vocês viram no filme era escuro e em muitos lugares os presos quebraram as lâmpadas para usar como arma também.”

“Pessoal a polícia está aqui para proteger e não para matar como a mídia coloca.”
No fim dessa palestra eu já queria ser policial e “proteger e servir”.

Embora o Júri esteja condenando essas pessoas que apenas estavam tentando proteger quem morava ali nas redondezas e a sociedade no geral. O que aconteceria se os presos fizessem o que bem desejasse sem que a polícia encostasse o dedo? Não consegue imaginar? Lembrando de algo mais atual em 2006 o PCC além de provocar uma fuga em massa, começou a mandar de dentro do presídio e policiais começaram a serem mortos e outros cidadãos. Bateu um terror geral que começou em São Paulo e foi se espalhando por todo país até mesmo no interior chegou. E quem parou com isso foi a mesma polícia que a mídia massacrou antes.

E como disse o policial de forma muito orgulhosa:
“Pessoal, a polícia é sempre alvo na mídia. A maioria das reportagens fazem  a população ter medo do policial... As pessoas também criticam sem saber... Mas a polícia sempre vai estar aqui para servir e proteger.”

Texto de RMOL

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